terça-feira, 30 de junho de 2009

Texto 4 - Práticas de Linguagem Oral e Alfabetização inicial na escola: Perspectiva Sociolingüística

Erick Jacobson inicia seu texto mostrando como as crianças aprendem a utilizar formas de comunicação oral e escrita no meio familiar e no meio social antes de adentrar o meio escolar. Isso faz com que hajam vários tipos de alfabetização, levando-se em conta que existem diversos dialetos locais e sotaques regionais e cada comunidade tem suas variantes nas formas da fala.
Para o autor, os professores devem utilizar essas variações para alfabetizar, trabalhando os vários contextos da oralidade do aluno, ensinando a criança a ser um verdadeiro poliglóta de sua língua.
Abaixo segue um verso que mostra como a língua falada é muitas vezes diferente da escrita:

Pronominais

Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro
(Oswaldo de Andrade)

Esta é a realidade da maioria das crianças. Gírias e maneiras de falar que vão contra a gramática tradicional. Por este motivo, Jacobson afirma que os professores precisam reconhecer as capacidades dos alunos e a partir disto usar de novos métodos de alfabetização onde se reconheçam os conhecimentos já existentes nos alunos e desse modo obterão êxito na aprendizagem da escrita.
E uma das opções para este modo de alfabetização citada pelo autor seriam as escolas bilíngües que existem nos EUA, onde as crianças iniciam a alfabetização em sua língua materna, buscando contextualizar a vida escolar com a de casa, porque a língua escrita não é neutra, ela sofre influências, por exemplo, as crianças já têm um contato com a escrita em suas vidas através de propagandas, cartazes, etc.
Outro fato importante seria uma nova maneira de ler em sala de aula, onde os alunos lêem e interrompem a professora a qualquer momento, sem ser necessário que esta os indique para falar. Esse modo de leitura tem como resultado a valorização da colaboração e o entrozamento entre os alunos.
A partir deste ponto o autor vai frizar mais ainda como é necessário para os alunos esses modos de alfabetizar, valorizando a comunicação e as variantes da língua de cada um. Onde o professor deve ensinar seus discentes sem o estresse de que eles não sabem nada acerca da linguagem e tentando introduzir em suas aulas as várias formas de textos que existem, para que as crianças possam interagir e contextualizar o que vêem no cotidiano da familia com os espaços da escola.`
É necessário, principalmente, que os professores desenvolvam um senso crítico sobre o modo como a linguagem sofre influência através dos meios sociais, culturais e étnicos e com isso considerem a bagagem existente em cada aluno para alfabetizar de forma a socializar as crianças no meio onde vivem para que estas saibam quais são seus verdadeiros papéis na sociedade.
TEBEROSKY, Ana. GALLART, Marta S. et. al. Contextos de alfabetização inicial. Trad. Francisco Settineri, Porto Alegre: Artmed, 2004. (p. 85-98)

Um comentário:

  1. A sintese esta muito interessante, mas acredito que seja importante que acrescente mais elementos do texto em sua postagem. Faca relacoes com a pratica pedagogica. Procure indicar de que forma, voce, como professora no futuro, podera atuar de modo diferenciado...

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